Em 1896, o físico e inventor italiano
Guglielmo Marconi criou o primeiro aparelho de rádio do mundo,
revolucionando a comunicação à distância. A partir de pesquisas
sobre indução eletromagnética (Faraday, 1831) e ondas
eletromagnéticas (Hertz, 1888), ele reuniu diversos equipamentos
para transmissão e recepção de sinais através do espaço. O
objetivo inicial da invenção era substituir o telégrafo elétrico,
que dependia do cabeamento de vastas regiões, pelo radiotelégrafo,
que não dependia de fios para fazer chegar suas mensagens. O
radiotelégrafo difundiu-se rapidamente entre as frotas marítimas e,
em 1909, cerca de 1,5 mil pessoas foram salvas de um naufrágio
graças ao equipamento – que possibilitou o envio de pedidos de
socorro.
Considera-se que a voz humana foi
transmitida por rádio pela primeira vez na véspera de Natal de
1906, pelo engenheiro canadense Reginald Fessenden. Ele transmitiu um
“Concerto de Natal” para os tripulantes dos navios da United
Fruit Company que cruzavam o Oceano Atlântico e o Mar do Caribe.
Paternidade questionada
Há grandes controvérsias envolvendo a invenção do rádio. Por utilizar quase 20 equipamentos patenteados por outro pesquisador, Nikola Tesla, a autoria de Marconi vai ser contestada na Suprema Corte americana na década de 40. Além disso, história não reconhece devidamente o pioneirismo do brasileiro Roberto Landell de Mora, padre gaúcho que realizou transmissões de rádio no Brasil supostamente em 1893 (dois anos antes de Marconi). Landell de Moura também realizou a primeira transmissão de voz humana no Brasil em 1899, a partir do Colégio das Irmãs de São José (atualmente Colégio Santana, na zona Norte de São Paulo), conforme foi no tíciado pelo jornal O Estado de S. Paulo daquele ano.
Por ser facilmente construído, o rádio
difunde-se entre rádio-amadores mundo afora. Além disso,
equipamentos como o radiotelégrafo de Marconi já eram amplamente
comercializados. Com a invenção das válvulas Áudion, criadas por
Lee de Forest, a qualidade da transmissão aumentou muito e Forest
começou a transmitir múscias para a cidade de Nova York. Em 1910,
ele faz a primeira transmissão ao vivo de uma ópera cantada pelo
tenor Enrico Caruso na New York's Metropolitan Opera House. Em 1916
ele transmite pelo rádio os resultados da eleição presidencial dos
EUA.
As primeiras emissoras de rádio vão
surgir após a Primeira Guerra Mudial. Em 1920, Frank Conrad, um
engenheiro da Westinghouse Electric, começa a transmitir notícias
lidas de um jornal e músicas. A Westinghouse Electric era a empresa
que fabricava os rádios utilizados pelos militares americanos
durante a guerra e, após o conflito, viu-se com uma grande
quantidade de equipamentos “encalhados”. Com o sucesso das
transmissões de Conrad, a empresa decidiu investir nas transmissões
e implantou uma emissora: a KDK-A. Na mesma época, ela passou a
vender os aparelhos de rádio para os milhares de cidadãos
interessados em ouvir sua programação.
A repercussão pública foi grande
e acabou servindo de parâmetro para outras emissoras que a sucederam.
Em 1922 já se somavam 300 emissoras. No mesmo ano surgiu a WEAF, emissora comercial criada pela American Telephone and
Telegraph Company (AT&T).
Saiba mais: o capítulo "Rádio: o
tambor tribal" do livro "Os meios de comunicação como extensões do
homem", de Marshall McLuhan, falam do impacto do surgimento do rádio na
sociedade. Você também pode acessar o artigo "A publicidade no rádio: origem e evolução", de José Gomes Junior, para complementar seus conhecimentos!
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